Autores: OLIVEIRA, Edilson Silva de; DA SILVA, Andressa Oliveira.

Resumo
O ensino híbrido, que combina modalidades presenciais e online, tem se destacado como um modelo educacional eficaz no Brasil, especialmente após a pandemia de COVID-19. No entanto, a adoção desse formato exige a capacitação adequada dos professores para que possam utilizar ferramentas tecnológicas de forma eficiente e significativa no processo de ensino-aprendizagem. Este artigo tem como objetivo analisar os desafios e as oportunidades relacionadas à formação de professores para o uso de tecnologias no contexto do ensino híbrido, com ênfase na necessidade de programas de formação continuada. A partir de uma revisão bibliográfica, discute-se o papel das tecnologias digitais na educação e o impacto da capacitação docente para a promoção de uma educação de qualidade.

Palavras-chave: formação de professores, ensino híbrido, tecnologias educacionais, capacitação docente, educação.

Introdução
O avanço das tecnologias digitais tem transformado profundamente o campo educacional, abrindo novas possibilidades para a prática pedagógica e a aprendizagem dos estudantes. O ensino híbrido, que se consolidou no Brasil durante a pandemia de COVID-19, combina o ensino presencial com atividades online e representa um modelo flexível e adaptável a diferentes contextos (MORAN, 2020). No entanto, para que essa modalidade se efetive com qualidade, é essencial que os professores estejam preparados para integrar ferramentas tecnológicas em suas práticas pedagógicas.

Este artigo busca discutir os principais desafios enfrentados na formação de professores para o uso de tecnologias educacionais no ensino híbrido, analisando a importância da formação continuada e das políticas públicas voltadas à capacitação docente. A partir de uma revisão bibliográfica, são abordadas as questões centrais sobre o uso de ferramentas tecnológicas e como a formação de professores pode influenciar diretamente a qualidade do ensino no Brasil.

Desenvolvimento

1. O Ensino Híbrido e as Tecnologias Educacionais

O ensino híbrido, também conhecido como blended learning, combina atividades presenciais e remotas, promovendo uma experiência de aprendizagem mais personalizada e interativa. As tecnologias educacionais, como plataformas de ensino à distância, aplicativos de colaboração e ferramentas de simulação, são elementos-chave para a implementação desse modelo (KENSKI, 2019).

A partir do contexto da pandemia, ficou evidente a necessidade de um maior domínio das ferramentas digitais por parte dos professores. Muitos educadores enfrentaram dificuldades ao adaptar suas práticas pedagógicas ao ensino remoto, devido à falta de formação adequada. Em 2023, com o retorno às atividades presenciais e a consolidação do ensino híbrido, o desafio da capacitação docente para o uso de tecnologias continua sendo uma questão central (VALENTE, 2021).

2. Desafios na Formação de Professores para o Ensino Híbrido

2.1. Falta de Capacitação e Suporte

Apesar dos esforços para a implementação do ensino híbrido no Brasil, muitos professores ainda não possuem o preparo necessário para utilizar as tecnologias de forma eficaz. A formação inicial dos docentes, em grande parte, não inclui a alfabetização digital e o uso pedagógico das tecnologias (ALMEIDA, 2020). Sem programas de capacitação continuada, os professores acabam replicando métodos tradicionais no ambiente digital, o que reduz o potencial transformador das ferramentas tecnológicas.

Além disso, há uma carência de suporte técnico nas escolas, o que dificulta a incorporação regular das tecnologias nas aulas. Sem uma infraestrutura adequada e sem suporte técnico disponível, o uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) torna-se limitado e, muitas vezes, ineficaz (SILVA, 2020).

2.2. Desigualdades Regionais

As desigualdades regionais também representam um grande desafio para a formação de professores no uso de tecnologias. Em áreas urbanas, o acesso à internet e a dispositivos tecnológicos é mais amplo, enquanto em regiões rurais e periféricas, as limitações são significativas. Professores que atuam em escolas públicas de áreas menos favorecidas enfrentam barreiras adicionais para integrar as TICs, seja pela falta de equipamentos adequados ou pela ausência de infraestrutura digital nas escolas (PRETTO, 2021).

3. O Papel da Formação Continuada no Uso de Tecnologias

A formação continuada é um elemento essencial para o desenvolvimento das competências tecnológicas dos professores. Cursos e programas de formação devem estar alinhados às necessidades práticas do dia a dia dos educadores, oferecendo estratégias pedagógicas que possibilitem a integração das TICs de maneira significativa no currículo (LIMA, 2020).

Além disso, a formação deve promover o uso crítico das tecnologias, ajudando os professores a refletir sobre quais ferramentas podem ser mais eficazes em determinados contextos e como utilizá-las para potencializar o aprendizado dos estudantes. A colaboração entre docentes também é uma estratégia valiosa, permitindo que eles compartilhem experiências e aprendam coletivamente sobre o uso de tecnologias no ensino híbrido.

3.1. Iniciativas de Políticas Públicas para a Formação Docente

Nos últimos anos, algumas iniciativas de políticas públicas voltadas à formação continuada de professores foram implementadas, como o Programa de Inovação Educação Conectada, que busca promover a inserção das TICs nas escolas públicas brasileiras (CASTRO, 2021). No entanto, a falta de continuidade dessas políticas, bem como a insuficiência de recursos destinados à capacitação docente, ainda são barreiras que precisam ser superadas para que o ensino híbrido seja implementado de maneira eficaz em todo o país.

As políticas públicas devem garantir que os professores tenham acesso a oportunidades de formação e recursos tecnológicos adequados, permitindo que possam desenvolver suas práticas pedagógicas de acordo com as demandas contemporâneas da educação.

Conclusão
A formação de professores para o uso de ferramentas tecnológicas no contexto do ensino híbrido é um dos principais desafios enfrentados pela educação brasileira em 2023. O uso eficaz das TICs no ensino exige que os professores sejam capacitados para integrar essas tecnologias de maneira crítica e pedagógica. A formação continuada desempenha um papel fundamental nesse processo, oferecendo aos educadores a oportunidade de aprimorar suas práticas e promover uma educação de qualidade, alinhada às necessidades do século XXI.

Embora haja avanços nas políticas públicas voltadas à formação de professores, ainda é necessário ampliar e fortalecer essas iniciativas, garantindo que todos os docentes, independentemente da região ou das condições de suas escolas, possam se beneficiar das novas tecnologias educacionais. Somente com investimentos em formação e infraestrutura será possível transformar o ensino híbrido em uma ferramenta verdadeiramente inclusiva e eficiente no Brasil.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, F. A. Formação de professores e tecnologias digitais na educação. São Paulo: Cortez, 2020.

CASTRO, M. L. Inovação e políticas públicas na educação: o programa educação conectada. Brasília: IPEA, 2021.

KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 10. ed. Campinas: Papirus, 2019.

LIMA, M. S. Desafios da formação continuada no uso de tecnologias educacionais. São Paulo: Loyola, 2020.

MORAN, J. M. Educação híbrida: novas perspectivas para a sala de aula. São Paulo: Paulinas, 2020.

PRETTO, N. L. Educação e inclusão digital no Brasil: desafios e soluções. Salvador: EDUFBA, 2021.

SILVA, R. T. Infraestrutura escolar e os desafios da tecnologia na educação básica. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2020.

VALENTE, J. A. O uso de tecnologias digitais no ensino híbrido: desafios e possibilidades. Brasília: Editora UnB, 2021.