A Influência da Educação Socioemocional no Desempenho Acadêmico e no Bem-Estar dos Estudantes

por: Redator

Autores:
Josefa Claudete de Oliveira, Luciano Miguel dos Santos, Maria Mirele Alves de Medeiros, Edibluna Januário da Silva, Maria do Carmo Lopes Bezerra, Vanessa Taiany Lopes Louro.


Resumo
Este artigo investiga a relevância da educação socioemocional no contexto escolar brasileiro, destacando sua influência no desempenho acadêmico e no bem-estar dos estudantes. A partir de uma revisão teórica e empírica, busca-se compreender como o desenvolvimento de competências socioemocionais contribui para o aprendizado e para a formação integral dos alunos. Os resultados apontam que escolas que promovem a educação socioemocional registram melhorias significativas nos resultados acadêmicos e na convivência social, evidenciando que a integração dessas práticas no currículo escolar é essencial para a construção de uma educação mais humanizada.


Introdução
Nas últimas décadas, a educação tem enfrentado desafios complexos decorrentes de mudanças sociais, culturais e tecnológicas. Além das competências cognitivas, como leitura, escrita e raciocínio lógico, o ambiente escolar tem sido instado a promover habilidades que capacitem os indivíduos a lidar com as emoções, a tomar decisões conscientes e a interagir de maneira ética e respeitosa com os outros. Nesse contexto, a educação socioemocional surge como uma abordagem inovadora e necessária, cuja finalidade é complementar a formação dos estudantes, preparando-os para os desafios do século XXI.

No Brasil, essa temática ganha relevância a partir da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que inclui competências gerais voltadas ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Apesar desse avanço, a integração efetiva de práticas socioemocionais no cotidiano escolar ainda enfrenta resistências e desafios. Este artigo busca contribuir para o debate sobre o tema, examinando sua relevância para a promoção do bem-estar e do desempenho acadêmico dos estudantes.


Desenvolvimento
A educação socioemocional, definida como o processo de desenvolvimento de competências relacionadas ao autoconhecimento, ao autocontrole, à empatia e à convivência social, tem recebido crescente atenção de pesquisadores e educadores. Em um contexto marcado por tensões sociais e desigualdades, o ambiente escolar é reconhecido como um espaço privilegiado para a promoção dessas habilidades, essenciais para o bem-estar individual e coletivo. Estudos apontam que a inclusão de práticas pedagógicas que desenvolvam competências socioemocionais tem impacto direto no desempenho acadêmico, uma vez que alunos mais conscientes de suas emoções e capazes de lidar com desafios apresentam maior engajamento e melhores resultados escolares.

No Brasil, o marco normativo estabelecido pela BNCC representa um avanço significativo. Ao destacar a importância das competências socioemocionais, a BNCC reconhece que o processo educacional deve ir além da transmissão de conteúdos, incluindo também a formação de cidadãos íntegros e capazes de contribuir para a sociedade de forma ética e responsável. No entanto, a implementação desse modelo encontra barreiras, como a formação insuficiente de professores e a falta de recursos para a adoção de metodologias específicas.

Pesquisas realizadas em escolas públicas e privadas demonstram que o desenvolvimento de habilidades como a empatia, a resiliência e a comunicação assertiva tem efeitos positivos não apenas no desempenho acadêmico, mas também na convivência escolar. Estudantes que participam de programas de educação socioemocional apresentam menor incidência de conflitos, maior capacidade de resolução de problemas e um clima escolar mais harmonioso. Esses aspectos reforçam a ideia de que a educação socioemocional não é um elemento complementar, mas uma dimensão essencial do processo educativo.

Além disso, o bem-estar emocional é um dos fatores que mais influencia a motivação e a capacidade de aprendizagem dos alunos. Crianças e adolescentes que se sentem acolhidos e compreendidos em suas escolas tendem a participar mais ativamente das atividades escolares, demonstrando maior interesse pelos conteúdos e pelas interações sociais. Por outro lado, a ausência de suporte emocional no ambiente escolar pode agravar problemas como ansiedade, depressão e evasão.

Apesar das evidências, há uma lacuna significativa na formação inicial e continuada dos professores brasileiros para lidar com a dimensão socioemocional. Muitos educadores relatam dificuldades em trabalhar essas competências, seja por falta de conhecimento teórico ou pela sobrecarga de demandas pedagógicas. Dessa forma, a capacitação docente é um ponto central para a efetiva integração da educação socioemocional nas escolas.


Conclusão
A educação socioemocional desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral dos estudantes, promovendo não apenas melhores resultados acadêmicos, mas também um ambiente escolar mais saudável e acolhedor. No contexto brasileiro, a inclusão de práticas socioemocionais no currículo escolar, alinhadas às diretrizes da BNCC, representa um avanço importante, mas também exige esforços significativos na formação docente e na criação de políticas públicas que garantam sua implementação.

Com base nas evidências analisadas, conclui-se que a educação socioemocional deve ser compreendida como uma prioridade no sistema educacional brasileiro. Investir nesse modelo é, antes de tudo, investir em uma educação que prepara os estudantes para os desafios do futuro, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.


Referências Bibliográficas

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